segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Certezas e incertezas

CERTEZAS

Amo a vida, liberdade, família...
Ser livre, poder falar,
Expressar o que vai dentro da alma

VIVER, SORRIR, AMAR...
Tirar as máscaras do dia-dia...
Falar da dor, das injustiças,
De tudo que machuca, corroem e destrói

Pedir socorro e oferecer ajuda,
Amenizar o ódio que a intolerância traz,

Vida, liberdade, amor e família
Tudo o que nos causa alegria
Onde o amor se reproduz
E dele produz a paz.

Tudo que disse foi rejeitado,
Foi considerado um clichê,
Eu até concordei, não tem a beleza de uma poesia
Então restou uma esperança,
Sobrou a palavra AMOR,
“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor
Sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecessem todos os
Mistérios e toda a ciência mesmo que eu tivesse toda fé, a ponto
De transportar montanhas se não tiver o amor, não sou nada.
O amor é paciente, é bondoso, não tem inveja, não é orgulhosa, não é arrogante...
Tudo desculpa tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
O amor jamais acabará, mesmo que seja clichê!!!


Poema: Incertezas, o que restou do Amor.

Amo a vida?
Sou livre?
Sem máscaras,
Falar da dor.
Oh, intolerável ódio!
Agora vejo...
Quero gritar por socorro,
Vida... vida...
Em que véu fiquei?
Em que jardim florescerei...




O vendedor

 Outro dia, voltava para casa de Metrô, cansada depois de uma manhã de apresentação de trabalho na faculdade, o Metrô lotado na hora do almoço e um vendedor de balas que desobedeceu a ordem de não fazer comércio nos vagões.
Ele era insistente, colocava as balas no colo dos passageiros dizendo que trabalhava para uma instituição de recuperação de jovens viciados em drogas em recuperação e que ele era um dos que havia se recuperado.
Os passageiros e eu já estávamos irritados com a insistência, ele repetia o tempo todo que estava arriscando-se, pois sabia da proibição.
Tenho certeza que a maioria não via a hora desse vendedor descer na próxima estação e à hora dele chegou. Quando a porta se abriu, apareceram dois vigilantes que exercendo suas funções convidou o jovem a retirar-se do trem; ele implorou para que deixasse recolher o dinheiro e as balas que ela havia espalhado no colo dos passageiros e nesse momento os que desejavam ficar livre dele se compadeceram diante da situação. Todos de olhos atentos para tomar a defesa do trabalhador. O rapaz desceu depois de recolher o dinheiro e as balas, com a ajuda de todos, o metrô partiu e veio muitos pensamentos:
Quem estava certo ou errado? Os vigilantes estavam exercendo as suas funções, o vendedor estava burlando as ordens de não vender no Metrô e o jovem?Estava tentando ganhar o pão de cada dia, fugir da cina de ser mais um drogado na vida, ajudando os outros na recuperação e tentando adoçar a vida...
Não sei, mas, foi motivo de uma avaliação.
Naquele dia fui para casa desejando que ele tivesse um final feliz!

Laranja Mecânica

LARANJA MECÂNICA

Um jovem de classe média, perverso, com gosto para a maldade, a violência gratuita, como forma de prazer.
Apesar de ser exibido na década de 60 traz cenas bem vivas, que retratam os dias de hoje, reproduzindo a violência, a intolerância e a impunidade. Os jovens que vivem na marginalidade matam por nada.
A família é simples sem muita visão e percepção do mundo, bitolados em frente a uma televisão, não enxerga o que se passa a sua volta, não percebe as atitudes do filho que mente o tempo todo e passa uma imagem de filho comportado. O gosto do jovem para a arte, a música clássica, principalmente a sinfonia de Beethoven, difere do estilo simples de sua família; além é claro de todo arsenal de perversidades que permeam a sua mente.
Sente-se dono de tudo, é um dominador, um líder de uma gangue, é cruel até mesmo com os seus companheiros, ao consumirem álcool e drogas acentuam o seu lado animal que já existe dentro deles, deixando a sociedade a mercê do medo, com a pratica de todo tipo de atrocidades com jovens, idosos e mulheres.
Um filme muito apelativo, mas que mostra a realidade, só que quando ouvimos ou lemos temos uma visão de fora da situação, ao ver a cena ao vivo a sensação é diferente,como se estivéssemos presente,provoca uma sensação física de nojo, asco, revolta, ânsia de vomito, mexe psicologicamente com quem esta assistindo, pelo menos esta foi a minha sensação.
Lembrei-me de um relato de um Senhor que teve o filho de seis anos abusado por um bandido; a sensação que ele tinha quando ouve alguém falar de abuso de crianças ou qualquer tipo de violência sexual, era o de ânsia de vômito, aversão, que segundo ele refletiu em sua vida intima, pois, ele condicionava o ato sexual á violência que seu filho sofreu.
A meu ver o filme também tem uma mensagem subliminar,quando mostra cenas apelativas de sexo,drogas, nudez, o poder que tem sobre os outros membros da gangue; levando em conta o público jovem, que assiste ao filme, levando-os a reproduzir o que o filme sugere que é o de um jovem que domina a sociedade, que tem poder sobre as pessoas, esta acima de tudo.
Hoje, se observarmos as paredes pichadas, as gangues, drogas e muitas atitudes que vemos na sociedade, mostram a influencia dos filmes Americanos que trouxeram para o Brasil, um jeito Americano de ser “AMERICAN OF LIFE”, aqui em Brasília era projetado nas paredes dos prédios nas entre quadras do Plano Piloto e virou a sensação do momento e muitos queriam reproduzir e o perigo esta na juventude que ainda em formação querem seguir a maioria para não ficar fora dos grupos que estão em evidencia, uma maneira de se impor perante a sociedade.
Os jovens infratores de hoje, se apóiam na própria lei, que feita para proteger os jovens e crianças em situações de vulnerabilidade, acabou sendo um meio de os infratores ficarem impunes.
A atitude do jovem no filme é monstruosa, reprovável para a sociedade e quando é preso traído pelos supostos amigos cansados de ser dominados por ele.
É submetido a um tratamento de uma pesquisa, que se oferece como voluntário para reduzir a sua pena e supostamente ficar curado de sua violência.
Através desse tratamento o Sistema Carcerário reproduz toda a violência praticada por ele, através de sensações em seu corpo, onde ao invés de recuperá-lo para que volte para a sociedade, é condicionado a ter aversão aos tipos de crime por ele cometido, através de torturas mentais. Não foi uma cura ou recuperação,foi uma neutralização de sua vontade e atitudes.
Devolvido a sociedade, recebe de volta todo mal que ele fez de agressor, passou a ser vitima de suas vitimas e deixa um questionamento sobre como a sociedade se comportar, ao mesmo tempo em que condena a violência, quer justiça é a mesma que faz justiça com as próprias mãos.
Após se levado a tentar o suicídio por uma de suas vitimas, que estava mais preocupado em derrubar o governo, do que em vingar a morte da esposa. O Estado viu que errou na experiência E precisa dar uma resposta a sociedade,tratam-no novamente devolvendo seus instintos assassino em prol da boa imagem política.,que é uma critica a sociedade e seus comportamentos anti- éticos e imorais que não condiz com o querem transmitir.
A volta dele ao normal mostra a farsa de que o Sistema Penitenciário consegue reabilitar alguém, pois ele volta a ter as mesmas atitudes.
O filme é bem atual e mostra o comportamento humano e social e como pode ser ou não condicionado, transforma as pessoas em seres mecanizados conforme os interesses da sociedade.
Apesar violento e impactante, mostra a realidade nua e crua.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

MEU DOCE ANJO


 

 
Ela era uma menina cheia dos mais puros e inocentes sonhos, desconhecia a maldade. Exalava pureza, bondade e trazia consigo o desejo de ter o carinho, abraços e o colo do pai.

Era apaixonada pelos livros, com eles viajava por mundos distantes...

Na escola teve acesso aos livros que sendo caros, não podia adquiri-los, quem possuía algum, não os emprestavam.

 Num Certo dia conheceu um professor, que encantou- se com o interesse da menina em estudar, ler e aprender.

Foi aproximando-se aos poucos, perguntando-lhe se gostaria de ganhar um livro, os olhos dela brilharam. O encontro para receber o livro foi marcado e este deveria acontecer em segredo. Então começou a lhe contar histórias, antes mesmo de entregar o presente prometido.

Todas as tarde era assim, com o jeito belo e fascinante de narrar, revelava parte do livro e ia envolvendo a menina, que viu no professor a figura do pai, do príncipe, do herói e de um grande amigo.

Ele contava-lhe belas histórias dando asas a sua imaginação e dizia: “Você conquistou meu coração, fico ansioso por sua volta e conto cada minuto para estar contigo, se diz que vem a tarde, desde manhã eu preparo o meu coração, mal posso conter a minha alegria”.

Entre uma história e outra, fazia um jogo de sedução, tecia elogios a sua beleza e a pureza de seu coração, costumava chama-la de “meu doce anjo”.

E prosseguia com o seu intento: -“Éramos um para o outro como uma pessoa qualquer igual a tantas outras, mas você me conquistou e tornou-se única”. As palavras proferidas enchia de alegria o coração da menina, havia ganhado o seu coração. Foram dias e dias contando histórias, distribuindo balas,chocolates e sorrisos.

Começou tirar proveito da situação, no encontro seguinte declarou: “Somos responsável por quem conquistamos e você conquistou o meu coração, se deixar-me será responsável por minha tristeza”. A menina inocentemente dizia: “Não se preocupe querido mestre, somos amigos para sempre, não vou decepcionar o seu coração”.

Na tarde seguinte, o passeio foi em um lugar diferente, distante de tudo e a menina começou a ter medo; aquela tarde não tinha a mesmo encanto e o brilho de antes, o mestre repetia as palavras, mas já não tinham a mesma beleza: “Você é responsável por quem conquista e você conquistou o meu coração, não podes me deixar triste, não posso viver só a contemplar a sua beleza, preciso inebriar-me em sua pureza, MEU DOCE ANJO!”.

A menina tentou fugir, mas logo foi alcançada e tudo foi consumado, ela se deu por vencida. Ali mesmo foi assassinada; sem lhe tirar a vida... matou seus sonhos,inocência e a pureza de sua alma,transpassou-lhe o coração.

Nunca mais aquela menina foi à mesma. As páginas do livro foram fechadas e o lobo malvado e vil foi em busca de outra menina.

 

Essa história, nos leva a reflexão, achei importante relatar, por falar da dor e do sofrimento de crianças e jovens indefesos que são vitimas de abusos e que na maioria dos casos ficam escondidos e impunes, utilizam-se do bem para praticar o mal. Quantos meninos e meninas tiveram a infância roubada por seus algozes? Deparamos-nos diariamente com notícias de abusos e violências vindas de quem deveria dar proteção. Na maioria dos casos são os pais, avôs, tios, os amigos, parentes, pessoas próximas da criança, tornando-se difícil a denuncia. O Silêncio deve ser quebrado e denunciado. Diga não ao abuso, não a pedofilia! As crianças nos traz sempre a esperança de um mundo melhor, são joias preciosas, devem ser protegidas.

 

domingo, 18 de agosto de 2013

COISAS DA VIDA...

          Familía grande, grana curta,não tínhamos quase nada. Papai trabalhava pesado para ganhar o pão.
Desconhecia o versículo bíblico que diz: "não vos preocupeis por vossa vida,pelo que comereis?Que bebereis?Com que vestiremos?Olhai as aves do céu,não semeiam,nem ceifam,nem recolhem aos celeiros e o vosso Pai celeste os alimentais.Não vale mais que as aves ? Olhai os lírios dos campos,não trabalham e não fiam.Entretanto,nem mesmo Salomão no auge de sua glória,jamais se vestiu com um deles."(Mateus 6,25-26).
         Então, comecei a refletir sobre a vida,no tempo de minha infância,não tínhamos muito,mas o necessário não faltava,viviámos da providência divina e não sabia.
Como não ganhava o suficiente para alimentar seus dez filhos,plantou as maravilhas de Deus e tudo foi multiplicado.
         No pequeno quintal ele plantou as árvores frutíferas,bem no centro existia um enorme abacateiro,fez uma horta,pés de chá e um pé de maracujá que dava uma linda flor e também construiu um galinheiro ,os bichinhos coitadinhos iam para a panela no jantar.
         As brincadeiras eram muito divertidas,subir em árvores,pique-pega,fazer panelinhas de barro e bonecos com pedaços de pau e lanternas de vagalumes.
Em frente de nossa casa,víamos uma linda paisagem,um maravilhoso campo de flores do cerrado tingidas de todas as cores.Como era bom ultrapassar aquela moldura,brincar com as flores e ir em busca do córrego que ficava depois da linha do trem.
         Papai levávamos para uma expedição,no caminho íamos catando tudo que víamos pelo chão,flores para os cabelos,sementes para fabricar as pulseiras,neste lindo cenário podíamos admirar as borboletas,os pássaros cantando. Nos  rastros dos homens os sinais de destruição o "lixo" que vinha dos luxo.Pregos ,parafusos ,brinquedos em bom estado que havia perdido o encanto paras as crianças minada.tudo em nossas mãos tornavam-se uteis. 
         Só não podíamos chegar perto do córrego barrento que engolia as crianças e de uma enorme flor vermelha que nasce no cerrado chamada "flor do capeta"que era uma tentação.
         O moço do caminhão do lixo,recolhia muitos brinquedos e dava-nos como presente.Um certo dia,ele cai do caminhão ,ficou prostrado no chão e nunca mais levantou-se.Foi muito triste,a vida é assim, uns chegam e outros vão.
        Ninguém adoecia,bebia a água da torneira,levava chinelada e andava de pés no chão.... Não tivemos tudo que queríamos ,mas o necessário não faltou,tínhamos alegria,os cuidados da família
Hoje é tudo tão diferente.É bom poder dar conforto,boa alimentação,educação aos nossos filhos,mais não podemos de deixar de dar uma família,um lar.
        É tanto abandono, briga,violência,drogas, corrupção,há tantos jovens sem referências...
Se mata por tudo e por nada,tiraram Deus das casa,das escolas,do trabalho e até do coração;pensam que podem ser deuses.Eu me pergunto onde colocaram Deus???Se o importante é SER,TER E PODER,tudo se resume no eu....eu...euuuuuuu!